5.06.2010

ESPELHO

Um longo corredor separava a poltrona e o espelho. Pisos e passos. A tempos não se olha. Olhos fundos. Lapis preto. Batom vermelho. Borrado. O espelho distante. Não se ver era opção.
Um dia viu sua alma. Não gostou. Era muito inocente. Nada arrogante e esperta. Poderia ser enganada. COMO JÁ OCORRERA. Viu em seus olhos uma menina. Perdeu a vontade. Gritou. O espelho afastou. Sentada na poltrona observa. O Espelho no fim do corredor Observa.
O tempo é contado pelo espaço que se faz. Espaço que aumenta a cada dia, hora, minuto. Tempo que traz a solidão. O espelho oferece a Companhia.
Ela, tu, eu se afasta da imagem colorida e transparente. Não deseja ver a maquiagem borrada, as roupas rasgadas e amassadas pela rotina noturna. Não deseja ver o que o Espelho oferece. Esperlho que contradiz o Tempo.
Afastar-se. É ordem.

Isa, Isabely

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