Década de 1920. Personagem está em uma estação de trem. Faz frio. Cigarro na boca mostra segurança. Casaco preto. Chapéu da época. Sozinho reflete.
- Em pleno inverno e as horas não passam.
[Ele olha para o relógio de bolso de tempos em tempos]
- possivelmente esses ponteiros congelaram.
- Ela nem olhou pra trás. Passou por mim como se eu fosse um...
[Ele olha para o trilho]
- Se ao menos eu tivesse dinheiro
- Casas, cavalos ou escravos...
[Ele acende um cigarro]
- Não se pode ter escravos
- Eu não posso ter escravos
- Seria uma traição às minhas origens
[Aprecia o cigarro]
- Mas aqueles olhos. Azuis.
- Grandes pedras vivas.
[Olha para os trilhos]
- Depois que eu ficar rico
- Volto.
[Cigarro]
- Todos vão lamber meus pés.
- Ela vai me desejar.
[Riso tenso]
- Vou usa-la. E devolvê-la à sociedade
- Jogarei ela no esgoto. Na sarjeta.
- No lugar em que passou por mim.
[Apaga o cigarro]
- Só faltou cuspir.
- Até que enfim. Maldito trem...
- Não tenho tempo a perder...
BLACK OUT
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